uma desiludida cheia de ilusões,
uma revoltada que aceita, sorridente,
todo o mal da vida,
uma indiferente a transbordar de ternura.
Grave e metódica até à mania,
atenta a todas as subtilezas
de um raciocínio claro e lúcido,
não deixo, no entanto,
de ser um D. Quixote fêmea
a combater moinhos de vento,
quimérica e fantástica,
sempre enganada
e sempre a pedir novas mentiras à vida,
num dar de mim própria que não acaba,
que não desfalece,
que não cansa.”
.
Florbela Espanca
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