terça-feira, 12 de outubro de 2010


SONETO
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Tudo o que é puro, santo e resplendente,
N’este mundo cruel de desenganos,
Toda a ventura dos primeiros anos
N’um’alma que desabrocha sorridente;
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Tudo o que ainda vemos de potente
Na vastidão sem fim dos oceanos,
E da terra nos prantos soberanos
Trazidos pela aurora refulgente;
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Tudo o que desce do infinito ousado:
O sol, a brisa, o orvalho prateado,
A luz do amor, do bem, das esperanças;
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Tudo, afinal, que vem do Céu dourado
A despertar o coração magoado,
- Deus encerrou nos olhos das crianças!
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Auta de Souza
In "Horto"

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