terça-feira, 12 de outubro de 2010


O TEMPO DAS ESTRELAS
.
Um compasso de espera
tão longo e musical
por estrelas destas a tocar-me o rosto
E aprender a aceitá-las,e eu ser um céu imenso
onde elas se pudessem passear,
encontrar uma casa,um pequeno silêncio
de folhas,e poeiras, e cometas
.
Na desordem mais cósmicas
das coisas,
organizar inteiro:
o coração
.
Porque, a tocar-me o rosto,
o tempo das estrelas
será sempre,
mesmo que tombem astros,
ou outras dimensões se lancem
em vazio,
ou raízes de luz se precipitem
o nada mais atónito
.
Terá valido tudo
a desordem do sol,
terá valido tudo
este lugar incandescente
e azul
.
Porque, a tocar-me o rosto,
agora,
e em silêncio tão terreno:
paraíso de fogo:
estas estrelas
.
Transportadas em luz
nas tuas mãos
.
Ana Luiza Amaral

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