domingo, 8 de maio de 2011

MÃE
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Mãe, a palavra mais sublime de se pronunciar,
A mais bela entre todos os vocábulos existentes.
Palavra única, não tem rima para se declamar,
Mãe, nome que está no coração sempre latente.
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Ser mãe é sorrir, mesmo com o coração a soluçar,
Pois uma mãe jamais estará do seu filho ausente.
Todas as mães sabem o momento de acariciar
E brincar com seu filho, mesmo estando doente.
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Deus, com sua sapiência, soube na mãe colocar
O amor que no seu coração está sempre presente.
Ensinou a mãe sempre o seu filho acalentar,
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E dar muito amor, desmedido e consciente,
Ensinando sua prole o dever de ouvir e respeitar
As pessoas, e ser com elas sempre benevolente.
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João Alberto Di Sandro

Meus vasos de violetas,
estão floridos, tão cheirosas
e perfeitas mas se parecem
com doces mimos que enfeitam
a casa eleita cheia de carinhos...
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são rosas, azuis, brancas e roxas,
na varanda reinam com suas belezas,
sujeita a todos os olhares e encantos,
de quem como eu amam as violetas...
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Valquria Cordeiro

Junto do jardim
acena em gesto de paz
o pé de jasmim.
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Delores Pires
In "Outono"

Com o sol a pino
ando só, sem minha sombra,
no quente verão.
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Delores Pires
In "Criação"

Nos dias de sol
preguiçosa borboleta
à sombra descansa.
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Delores Pires
In "Pétalas de Ipê"

Leia-me como se eu fosse um livro,
descobre-me em cada página,
conhece-me em cada palavra
Cheira-me com o mesmo desejo
com se cheira o papel novo,
toca-me com suavidade
e folheia-me a cada dia,
como se eu fosse o primeiro
livro que lês
Deixarei em mim
páginas com espaços em branco
para que tu mesmo,
escrevas e ilustres a nossa história
Nunca me feches
guarda-me junto a ti
para me leres nas horas boas e horas más,
abre o meu sorriso e inunda-te com ele,
beba as minhas palavras
e entra na minha vida,
esta que é, um livro que lês.
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Maria Flor

POR DELICADEZA
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Bailarina fui
Mas nunca dancei
Em frente das grades
Só três passos dei
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Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dancei no avesso
Do tempo bailado
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Daçarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
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Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
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Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
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Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também direi:
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"Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida"
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Sophia de Mello Breyner Andresen
In "Poemas Escolhidos"