quarta-feira, 22 de setembro de 2010


CATADORA DE CONCHAS
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O mar foi generoso esta manhã
Despejou no fim da praia
- cidadão civilizado –
o seu lixo reciclável.
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Folhas, gravetos, frutos
Da tempestade noturna
E centenas de milhares
De pequeninos tesouros
.
Catadora de conchas
Um tanto arqueóloga
Acho um vidro aqui
Um caco de argila acolá
.
Enquanto remexo as conchas
Separo as cores e formas
De todos os tamanhos
.
As ondas cantam mais alegres
Banhando este cemitério;
Entre sussurros e risos,
Contam estórias de mistérios.
.
Anos atrás eu trazia
Crianças com seus baldinhos.
Certa vez apanhamos
Pequeninas e delicadas
Conchinhas cor de rosa
Que lavamos e secamos ao sol;
Depois fomos para casa
Acabar a brincadeira.
Em uma tampa de madeira
Colei uma gravura bonita
Escolhida pelas meninas;
Quando secou, ao redor dela,
Espalhamos conchas belas
Agrupadas com tal arte
Que imitavam rosinhas -
Cada qual fez sua parte
Num mimo pra vovozinha
.
Isto foi há muito tempo.
Neste momento
As meninas já cresceram
E esqueceram.
Eu é que viro menina
E com leves movimentos
Mergulho as mãos na água morna
E penetro no universo
Que ora canto em meus versos.
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Rui Ribeiro Couto

Um comentário:

  1. Essa poesia é minha. É de minha autoria e não do Rui Ribeiro Couto.
    Dê a autoria correta, por favor.
    Confira aqui:
    http://www.jornaldepoesia.jor.br/soniarodrigues.html
    Sonia Regina Rocha Rodrigues

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