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Ao sol que a chuva de ouro espalha
pela terra fragrante, em doidos
galeios de luz e de cor,
As crianças brincam no jardim.
E entre papoulas, rosas, dálias,
margaridas e verdes moitas,
parecem seus olhos azuis
bolhas de orvalho matutino.
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De vez em quando alguma criança,
cabelo ao vento, lábio fresco,
levanta as mãos num gesto rápido
tentada por uma corola.
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Antes porém que a flor alcance
é burlada no seu desejo,
pois já se assustou com a voz áspera
do jardineiro que não dorme.
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Henriqueta Lisboa
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