terça-feira, 16 de novembro de 2010


AO VENTO
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O vento passa a rir, torna a passar,
Em gargalhadas ásperas de demente;
E esta minh’alma trágica e doente
Não sabe se há de rir, se há de chorar!
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Vento de voz tristonha, voz plangente,
Vento que ris de mim sempre a troçar,
Vento que ris do mundo e do amor,
A tua voz tortura toda a gente! ...
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Vale-te mais chorar, meu pobre amigo!
Desabafa essa dor a sós comigo,
E não rias assim ! ... Ó vento, chora!
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Que eu bem conheço, amigo, esse fadário
Do nosso peito ser como um Calvário,
E a gente andar a rir p’la vida fora!! ...
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Florbela Espanca

Um comentário:

  1. Parabens, amiga!!!
    muito lindo seu blog!!
    seguindo... quando tiver um tempinho vai la conhecer o meu!
    beijosss
    Di...

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