sábado, 13 de novembro de 2010


A ROMANZEIRA
.
Todos os diálogos acabam no silêncio,
mesmo o murmúrio entre dedos e folhas,
quando o avesso da mão roça
a grande Natureza manifesta na árvore.
.
Era uma romãzeira em flor e fruto,
segura do seu reverdecer, loquaz.
Aos piriquitos, na larga capoeira defronte,
respondia com o júbilo da mudez.
.
Mas ante mim, que a cantava e canto,
ela a deixa-se estar como está um surdo
junto de um cego trovador lírico,
até que ambas aceitemos o fim.
.
Fiama Hasse Pais Brandão

Nenhum comentário:

Postar um comentário