terça-feira, 12 de outubro de 2010


SONETO DO AMIGO
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Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.
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É bom sentá-lo novamente ao lado
Com os olhos que contem o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.
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Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com meu próprio engano.
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O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...
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Vinícius de Moraes

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