domingo, 4 de abril de 2010


QUANDO
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Quando meu corpo apodrecer e eu for morta
Continuará o jardim, o céu e o mar
E como hoje igualmente hão de bailar
As quatro estações à minha porta.
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Outros em abril passarão no pomar
Em que tantas vezes passei
Haverá longos poentes sobre o mar,
Outros amarão as coisas que amei.
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Será o mesmo brilho a mesma festa
Será o mesmo jardim à minha porta
E os cabelos doirados da floresta
Como se eu não estivesse morta.
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Sophia de Mello Breyner Andresen

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