sexta-feira, 9 de abril de 2010


DIA DE CHUVA
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Amanheceu a Chover
Na vidraça do meu quarto,
A bater, impertinente.
A chuva lembra uma queixa
Dolorosa, sem remédio!
Ninguém passa! Nesta rua
Moro eu e mora o tédio.
O vento atira com ela
De encontro a minha janela;
E ela, a chuva, batucando
Na vidraça do meu quarto,
Fica escorrendo e alagando
Esta indecisa luz fria
Que põe sintomas de um véu
Negro e solto pelo céu.
E a chuva cai, não abranda,
Insiste,bate,fustiga,
E o dia avança e vai abrindo mais
O seu curso de lentas melodias
Diluídas no corpo de existência
Através de um rosário de ilusões.
São sempre assim estes dias
Tristíssimos como a história
De uma ansiedade partida!
Chuva, névoa,desconforto,
A imagem da minha vida!
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Antonio Botto

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