quarta-feira, 7 de abril de 2010


O BEIJO
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Congresso de gaivotas neste céu
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo.
Querela de aves, pios, escaracéu.
Ainda palpitante voa um beijo.
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Donde teria vindo! (não é meu...)
De algum quarto perdido no desejo?
De algum jovem amor que recebeu
Mandado de captura ou de despejo?
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É uma ave estranha colorida,
Vai batendo como a própria vida,
Um coração vermelho pelo ar.
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E é a força sem fim de duas bocas,
De duas bocas que se juntam, loucas!
De inveja as gaivotas a gritar...
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Alexandre O'Neill

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