quarta-feira, 3 de março de 2010


A UMA CEREJEIRA EM FLOR
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Acordar, ser na manhã de abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.
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Abrir os braços, acolher nos ramos
o vento, a luz, ou o que quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração de uma cereja.
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Eugénio de Andrade, in "As Mãos e os Frutos"

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