.
Acordar, ser na manhã de abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.
.
Abrir os braços, acolher nos ramos
o vento, a luz, ou o que quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração de uma cereja.
.
Eugénio de Andrade, in "As Mãos e os Frutos"
Nenhum comentário:
Postar um comentário