terça-feira, 9 de março de 2010


PAPOULAS DE JULHO
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Ó papoulinhas pequenas flamas do inferno,
Então não fazem mal?
Vocês vibram. É impossível tocá-las.
Eu ponho as mãos entre as flamas. Nada me queima.
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E me fatiga ficar a olhá-las
Assim vibrantes, enrugadas e rubras, como a pele de uma boca.
Uma boca sangrando.
Pequenas franjas sangrentas!
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Há vapores que não posso tocar.
Onde estão os narcóticos, as repugnantes cápsulas?
Se eu pudesse sangrar, ou dormir !
Se minha boca pudesse unir-se a tal ferida !
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Ou que seus licores filtrem-se em mim, nessa cápsula de vidro,
Entorpecendo e apaziguando.
Mas sem cor. Sem cor alguma.
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Sylvia Plath

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