quinta-feira, 4 de março de 2010


POEMA DO COMEÇO
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Eu num camelo a atravessar o deserto
com um ombro franjado de túmulos numa mão muito aberta
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Eu num barco a remos a atravessar a janela
da pirâmide com um copo esguio e azul coberto de escamas
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Eu na praia e um vento de agulhas
com um Cavalo-Triângulo enterrado na areia
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Eu na noite com um objecto estranho na algibeira
-trago-te Brilhante-Estrela-Sem-Destino coberta de musgo
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António Maria Lisboa

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