sábado, 9 de abril de 2011

OUTONO
.
As folhas caem como se do alto
caíssem, murchas, dos jardins do céu;
caem com gestos de quem renuncia.
.
E a terra, só, na noite de cobalto,
cai de entre os astros na amplidão vazia.
.
Caimos todos nós. Cai esta mão.
Olha em redor: cair é a lei geral.
.
E a terna mão de Alguém colhe, afinal,
todas as coisas que caindo vão.
.
Rainer Maria Rilke

Nenhum comentário:

Postar um comentário